Número de aplicativos de celular aumenta mais de 100 vezes nos últimos 10 anos
- Giulia Requejo
- 26 de set. de 2018
- 2 min de leitura
Pesquisa aponta que uma pessoa tem em média 63 aplicativos baixados, sendo 36% jogos
Giulia Requejo

O celular tem se tornado indispensável na vida de grande parte dos brasileiros. A dependência, entretanto, não é só ao aparelho, mas os aplicativosque completam o dispositivo. De acordo com a Play Store, serviço de distribuição de aplicativos da Android, o número de aplicativos passou de 16 mil em dezembro de 2009 para 3 milhões em junho de 2018.
No país, o número de usuários de smartphones ultrapassa os 55 milhões, enquanto o de tablets chega aos 11 milhões. A enfermeira Marcia Regina Oliveira de Paula conta que o filho de seis anos começou a usar os equipamentos ainda bebê. “Toda vez que ele saia no cadeirão do carro, ele já utilizava o tablet durante as viagens. Tanto é que com quase um aninho, ele já sabia passar os vídeos”. Mas a enfermeira diz que o garoto já chegou a passar 5 horas no aparelho, e começou a ter problemas comportamentais, que segundo ela, foram reflexo do conteúdo utilizado pela criança. “Ele começou a ter problemas de comportamento, porque ele via algumas coisas na internet que eu não gostava, tentei tirar e não consegui, ai ele ficou rebelde, violento e agressivo. Eu tirava um pouco, quando eu permitia de novo, bastava 15 minutos para ele voltar como estava antes”.
Uma pesquisa realizada em 2016 pela empresa chinesa Avazu, avaliou o comportamento dos brasileiros com as novas tecnologias. Cada pessoa baixa em média 63 aplicativos por dispositivos, sendo 36% deles, jogos. A estudante Thayna Santos admitiu que é viciada, e já tem mais de 120 programas baixados no celular, mas que usa apenas um terço deles. “Acho que não chega a ser uma necessidade, mas as vezes eu estou assistindo um vídeo no Youtube e aparece um comercial de um aplicativo no meio do vídeo, eu baixo e acabo esquecendo dele. Quando eu vou ver, estou com mais de 5 páginas no celular”.
A coordenadora do NEPAP - Núcleo de Estudos, Pesquisa e Atendimento em Psicologia, professora Angelica Capelari afirma que o uso excessivo dos celulares tem pontos positivos, mas é necessário controlar o impulso para não viver em função dos programas. “A dependência pode surgir justamente por conta da praticidade que muitos aplicativos fornecem no sentido de acesso, controle e interação. Talvez até por isso que seja difícil de deixar de utilizar os aplicativos. Mas as pessoas precisam Aprender a usar com moderação, sem viver dependendo. Ter outras formas de interação com o mundo”.
Kommentare